Danielle Steel - As Irmãs PT

Annie exibia uma postura mais descontraída sobre o assunto e dizia sempre que ela
estava óptima. Mas, em alguns aspectos, estava menos ciente dos desafios que Candy
enfrentava todos os dias e dos perigos que o seu mundo representava. A vida de Annie
era tão simples e artística que ela não tinha, de facto, consciência da vida que Candy
levava. Para ela era uma vida de outro planeta. As suas irmãs mais velhas estavam, de
longe, muito mais cientes dos perigos e dos riscos da profissão dela e do preço que
poderia ter de pagar por isso.
Deram um beijo de boas-noites umas às outras, dirigiram-se para os seus respectivos
quartos, mas alguns minutos mais tarde, Sabrina entrou no quarto de Tammy e disse-lhe
como estava feliz em vê-la. Tammy estava sentada na cama, vestida com uma camisa de
noite cor-de-rosa e o rosto emoldurado pelos seus caracóis ruivos.
— Quem me dera que não morasses tão longe — disse Sabrina a Tammy com tristeza.
— Eu também — respondeu Tammy. — Sinto muito a vossa falta. Para mim é sempre uma
correria de cada vez que vos vejo, mas não há nenhum trabalho decente para mim aqui.
Todos os grandes programas de televisão são feitos em LA.
— Eu sei — declarou Sabrina, com um aceno de cabeça.
— Devia ir visitar-te com mais frequência. A minha vida é muito presa aqui — disse ela,
desolada.
— Todas temos uma vida presa — concordou Tammy com um aceno de cabeça. — O
tempo passa a correr. Detesto ter de esperar seis meses para te ver. Por vezes, desejo que
ainda vivêssemos todas aqui, com a mãe e o pai, e que não tivéssemos crescido.
— Pois é, eu também — retorquiu Sabrina e voltou a abraçar a irmã. — Fico satisfeita por
podermos vir todas a casa como agora. Pelo menos já é alguma coisa. Talvez devêssemos
organizar uma viagem e irmos todas visitar Annie a Florença. Seria divertido. Talvez a mãe
e o pai também viessem.
— Não sei se o pai iria, mas a mãe talvez fosse. Ele sempre acha que ninguém seria capaz
de sobreviver sem ele no escritório — disse Tammy e depois soltou uma gargalhada.
— Acho que também penso o mesmo em relação a mim e a ti também. Devíamos mesmo
tentar passar mais tempo juntas. Neste momento estamos todas livres, não somos
casadas e não temos filhos. Mais tarde, será ainda mais difícil juntarmo-nos. Deveríamos
tentar fazê-lo enquanto ainda podemos.
— Concordo — disse Sabrina em tom sério, ao mesmo tempo que Juaníta deitou a cabeça
para fora dos cobertores a rosnar-lhe.
Sabrina deu um salto, surpreendida com o ataque ameaçador por parte de uma cadela
que pouco maior era do que um hámster. O basset dormia a sono solto no seu quarto.
— Porque não organizamos uma viagem qualquer antes de partirmos desta vez? Posso
tirar uma semana de férias, se planear tudo muito bem com alguma antecedência.
— Eu também — disse Tammy, desejosa de fazê-lo, apesar de não ter a certeza se poderia
ausentar-se com facilidade. Durante a temporada do programa, a sua vida era uma
loucura.
— Falamos sobre isso amanhã — disse Sabrina e voltou a sair do quarto da irmã.
Sentia-se muito feliz por estar com as irmãs. Todas sentiam o mesmo.
E no seu quarto, a mãe delas era capaz de ouvi-las a andar de um lado para o outro,
entrando nos quartos umas das outras. Sorriu ao voltar-se na cama ao lado de Jim. Aquilo