Danielle Steel - As Irmãs PT

(Carla ScalaEjcveS) #1

à acção. Subiram as escadas a correr, agarraram nas malas e, com uma súbita medida de
precaução, Sabrina foi buscar a agenda e a lista de convidados para a festa à secretária da
sua mãe. Iriam ter de cancelar a festa dessa noite. Tammy certificou-se de que os três cães
ficavam dentro de casa, tirou algumas garrafas de água do frigorífico e meteu-as na mala.
Um momento mais tarde, foram todas a correr na direcção do carro do pai. Era um
modelo recente de Mercedes Sedan. Sabrina sentou-se ao volante e disse-lhe para entrar.
O pai sentou-se no lugar do passageiro, ao seu lado, enquanto Candy e Tammy deslizaram
para o banco traseiro e fecharam as portas. Sabrina só conseguia pensar que talvez Annie
já estivesse morta quando lá chegassem. Rezava para que a irmã ainda estivesse viva.
Os polícias ligaram a sirene antes de abandonarem a entrada da casa e partiram a uma
velocidade surpreendente com Sabrina logo atrás deles. Ultrapassaram os cento e
quarenta quilómetros por hora quando chegaram à auto-estrada e ela manteve-se a uma
distância de cerca de sessenta centímetros deles durante a viagem inteira. Chegaram ao
Bridgeport Hospital no espaço de alguns minutos. O pai não parara de chorar desde que
saíram de casa.
— Porque não fui eu ao supermercado no lugar dela? Poderia ter ido. Nem sequer pensei
em dizer-lhe.
Estava a culpar-se, enquanto Sabrina estacionava o carro no parque do hospital. Em
seguida, olhou para o pai durante um minuto antes de saírem do carro e depois
abraçou-o.
— Se tivesse feito isso, seria ela que estaria agora a chorar por si, pai. Aconteceu.
Podemos pensar nisso mais tarde. Temos de ir saber o que aconteceu com a Annie e
ajudá-la a enfrentar isto de alguma forma.
Sabrina esperava que a irmã não estivesse tão ferida como todos temiam. Com alguma
sorte, talvez a irmã escapasse. Já era mau perderem a mãe, impensável na verdade, mas
agora só conseguia pensar em Annie. Esperou que as outras saíssem do carro, o que lhe
pareceu uma eternidade, ligou o alarme do carro do pai e acenou em agradecimento aos
polícias de trânsito por os terem ajudado a chegar ali tão depressa. Correram logo para as
urgências e foram enviados para a unidade de ferimentos traumáticos, para onde a
empregada do guiché lhe disse que Annie havia sido levada.
Sabrina correu pelo corredor, logo seguida de Candy e de Tammy com o pai atrás
tentando apanhá-las. Sabrina queria consolá-lo, mas agora precisavam de pensar em
Annie. Não havia nada que pudessem fazer pela mãe. De alguma forma, enquanto se
encaminhavam para a unidade de traumatologia, Sabrina teve a certeza de que iriam ver a
mãe à espera delas, dizendo-lhes que Annie iria ficar bem. Na realidade, o que
encontraram foi bem diferente.
O médico interno responsável pela unidade de traumatologia veio ao encontro deles
imediatamente, assim que Sabrina deu os seus nomes. Disse que a vida de Annie estava
presa por um fio, que precisava de uma cirurgia ao cérebro e à vista o mais depressa
possível, a fim de se aliviar a pressão no seu cérebro, na esperança de lhe salvar a visão.
Contudo, ao olhar para todos eles, deixou-se de rodeios e disse que o ferimento de Annie
era mais grave na parte do cérebro que afectava a visão.
— Não sei se conseguiremos salvar-lhe a visão — declarou o médico de forma abrupta. —
Neste momento, estou mais preocupado em mantê-la viva.

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