Danielle Steel - As Irmãs PT

faculdade. Tu saíste de casa há dezasseis anos. Eu saí há onze anos. Annie saiu há oito
anos e Candy era apenas uma criança quando nos fomos embora. É capaz de ser
interessante — replicou Tammy com um sorriso malicioso. — Talvez a razão por que nos
damos tão bem seja porque não vivemos juntas. Já alguma vez pensaram nisso?
— Penso que vale a pena tentar pela Annie — declarou Sabrina com teimosia.
Estava a tentar arranjar uma maneira de ajudar a irmã sem que ela se sentisse humilhada
nem dependente. Isto poderia resultar. Além disso, estava disposta a sacrificar um ano da
sua vida por Annie e o mesmo acontecia com Candy. Pelo menos já era alguma coisa. E até
mesmo Sabrina era capaz de perceber porque Tammy se mostrava relutante e não a
culpava por isso. Tinha um emprego importante na costa oeste e não poderiam esperar
que ela deitasse tudo a perder. Tammy trabalhara muito para chegar onde estava, e
Sabrina respeitava-a por isso; como tal não insistiu.
— Amanhã vou telefonar a uma consultora imobiliária e logo vejo se ela consegue arranjar
alguma coisa que se adeque-a nós as três. Não ganho tanto como a Candy, e a Annie é
sustentada pelos nossos pais. Talvez o pai pague a parte dela da renda aqui, em vez de ser
em Florença, embora eu tenha a certeza de que é bem mais barato. Mas a Annie vai
precisar realmente desta nossa ajuda.
Todas elas sabiam que o pai tinha dinheiro para isso. E depois Sabrina franziu a testa.
— Agora me lembro. Acho que alguém vai ter de ir até lá e entregar o apartamento. A
Annie não está em condições de fazer isso.
— E se ela quiser ficar em Itália? — insistiu Tammy.
—Julgo que ela pode experimentar daqui a um ano, para saber se é capaz de cuidar de si
mesma, mas não para já. Primeiro, terá de aprender muita coisa, sobre como sobreviver,
agora que é cega, e como viver sozinha. É muito melhor que o faça connosco e depois
poderá sempre voltar para lá mais tarde.
— Posso ir buscar as coisas dela da próxima vez que for para a Europa — ofereceu-se
Candy, o que foi um bonito gesto, apesar de Tammy e Sabrina saberem que ela era a
menos organizada das irmãs, além de ser também muito nova.
As outras estavam sempre a ajudá-la, mas isto poderia ajudá-la a crescer. Ganhava imenso
dinheiro como supermodelo, mas continuava a ser muito imatura. Afinal, Candy tinha
apenas vinte e um anos. Para elas, Candy era um bebé. Contudo, talvez fosse capaz de
tratar de entregar o apartamento de Florença. Valia a pena tentar. Nem Tammy nem
Sabrina tinham tempo para isso, nem tão-pouco o pai delas.
— Bem, devo admitir que é uma ideia, no mínimo, intrigante — afirmou Tammy sorrindo
e sentindo-se algo culpada por não participar, mas simplesmente não podia e as outras
sabiam disso.
— E talvez possa mesmo ajudá-la. Talvez a anime. Ainda tinham de ultrapassar barreiras
gigantescas, ou seja,
contar à Annie o que acontecera com a mãe, contar-lhe da sua cegueira e tudo o que isso
significaria para ela e teriam mesmo que contar-lhe sobre Charlie, que agora passara à
história, pelo simples facto de Annie ter ficado cega. Parecia tudo muito cruel e, se viver
com as irmãs a ajudasse no primeiro ano, todas elas concordaram que valia a pena tentar.
Brindaram todas com o vinho Bordéus vintage do pai e Chris juntou-se-lhes. Sabrina
concordou em ser a ponta de lança do projecto e mantê-las informadas sobre o que