Danielle Steel - As Irmãs PT

deixar-lhes cestos com comida e havia uma grande variedade de carnes frias, snacks e
refeições cozinhadas a abarrotar a cozinha. Parecia Natal, quando os amigos e os clientes
do pai enviavam cabazes de iguarias finas e vinhos. Mas a situação era tudo menos Natal.
Na verdade, Sabrina já começava a temer a chegada das ocasiõesfestivas, agora que a
mãe morrera. Essas datas iriam ser muito dolorosas para todos eles esse ano. Sabia que a
ausência da mãe seria sentida por todos de maneira ainda mais aguda nessas datas.
O pai foi ao banco quando as raparigas foram visitar a irmã naquela tarde. Chris
ofereceu-se para levá-lo de carro. O pai andava tão distraído naqueles dias que as filhas
não quiseram que ele conduzisse. Nenhuma delas desejava que acontecesse outro
acidente, tal como o que ocorrera naquele fim-de-semana prolongado, apesar de todas
concordarem que tinha sido uma coisa absurda. Chris ficou atónito ao reparar em Jim,
quando este saiu do carro levando um saco de viagem e uma maleta. Chris não fazia ideia
do que Jim ia fazer, mas parecia bastante concentrado e determinado e falou pouco com
Chris no caminho até ao banco, o que era raro em Jim.
Quando Tammy, Candy e Sabrina chegaram ao hospital, Annie estava a dormir.
Sentaram-se em silêncio no quarto por uns instantes e esperaram que ela acordasse. A
enfermeira disse que Annie estava a fazer uma sesta, mas que estava bastante
bem-disposta nesse dia. As irmãs sabiam que não seria por muito tempo. Lá mais para o
fim da semana, a realidade atacaria. Como um tsunami.
Finalmente, Annie acordou enquanto as irmãs sussurravam junto dela. Era capaz de sentir
Tammy sentada perto da sua cama. Estava a desenvolver um sexto sentido no que
respeitava aos movimentos das pessoas por causa das pesadas ligaduras que tinha sobre
os olhos. A sua audição parecia estar muito mais apurada e Annie adivinhava, e acertava
quase sempre, qual das irmãs se encontrava mais perto de si.
— Olá, Tammy — disse Annie, quando a irmã do meio sorriu e lhe beijou o rosto.
As duas irmãs trocaram um sorriso, muito embora Annie não pudesse vê-las.
— Como é que sabias que era eu? — perguntou Tammy parecendo surpreendida.
— Pude sentir o cheiro do teu perfume. E a Sabrina está ali — rematou Annie apontando
para o lugar onde Sabrina se encontrava.
— Mas que estranho — comentou a irmã mais velha. — Eu não pus perfume. Esqueci-me
do meu na cidade.
— Não sei — respondeu Annie, bocejando. — Acho que sou capaz de sentir a vossa
presença. E a Candy está deitada atravessada aos pés da minha cama.
Todas se riram com o que ela disse — Annie acertara em cheio.
— Onde está a mãe? — perguntou Annie, como já fizera no dia anterior.
A voz de Annie soou descontraída e ao mesmo tempo preocupada com o assunto.
— O pai teve de ir ao banco — disse Tammy, na esperança de distraí-la.
Disse aquilo de maneira que parecesse que a mãe também fora com ele, sem chegar a
mentir realmente à irmã.
— Foi ao banco fazer o quê? Por que razão não está o pai a trabalhar? A propósito, que
dia é hoje? — perguntou Annie, pois estivera inconsciente durante dias, até ao dia
anterior.
— É quarta-feira — respondeu Sabrina. — O pai tirou a semana de férias.
— Verdade? Ele nunca faz isso — comentou Annie franzindo o sobrolho, enquanto