se demorou observando seu corpo. Ela sentia um latejar entre as pernas, como se
todo o seu sangue tivesse ido para lá. Então ele tirou os pés de dentro do próprio
short e, sem deixar de encará-la, encostou sua ereção nela.
Quando ela virou o rosto, tímida, ele ergueu seu queixo e falou:
— Olhe para mim, Kya. Olhe nos meus olhos.
— Tate, Tate.
Ela estendeu a mão para tentar beijá-lo, mas ele a segurou, forçando seus olhos
a se fixarem nele. Ela não sabia que a nudez total podia provocar tanto desejo. Ele
deslizou as mãos pela parte interna das coxas dela, e instintivamente Kya afastou
os pés. Os dedos dele começaram a se mover e massagear bem devagar partes do
corpo que ela nem sequer sabia que existiam. Inclinou a cabeça para trás e gemeu.
De modo brusco, ele se afastou e recuou um passo.
— Meu Deus, Kya, me desculpe, me desculpe.
— Tate, por favor, eu quero.
— Assim não, Kya.
— Por que não? Por que assim não? — Ela estendeu a mão para os ombros
dele e tentou puxá-lo de volta para perto. — Por que não? — tornou a perguntar.
Ele catou as roupas dela e a vestiu. Sem tocá-la onde ela queria ser tocada, nas
partes do seu corpo que ainda pulsavam. Então a pegou no colo e a carregou até a
margem do córrego. Colocou-a no chão e se sentou ao seu lado.
— Kya, eu quero você mais do que tudo. Quero para sempre. Mas você é
nova demais. Tem só quinze anos.
— E daí? Você é só quatro anos mais velho. Não é como se de repente fosse
um adulto sabichão.
— É, mas eu não posso engravidar ninguém. Não posso me prejudicar assim
tão fácil. Eu não vou fazer isso, Kya, não vou fazer porque te amo.
Amor. Ela não entendia nada sobre essa palavra.
— Você ainda acha que eu sou uma menininha — gemeu ela.
— Kya, a cada segundo que passa você está parecendo mais e mais uma
menininha. — Mas ele disse isso com um sorriso e a puxou para perto de si.
— Então quando, se não agora? Quando a gente pode?
— Ainda não, só isso.
Eles passaram um tempo em silêncio, então ela perguntou, de cabeça baixa,
tímida outra vez:
— Como você sabia o que fazer?
— Do mesmo jeito que você.
*
Numa tarde de maio, quando eles estavam saindo da lagoa a pé, ele falou:
— Logo mais eu vou ter que ir embora, sabe. Para a faculdade.
Ele comentara sobre estudar em Chapel Hill, mas Kya havia afastado esse
pensamento da mente, sabendo que eles tinham pelo menos o verão.
— Quando? Não é agora.