Um lugar bem longe daqui

(Carla ScalaEjcveS) #1

47.


O especialista


1970


O promotor Eric Chastain havia começado a interrogar o xerife sobre os dois
meninos que tinham encontrado o corpo de Chase Andrews ao pé da torre no dia
30 de outubro, sobre o exame do legista e os primeiros passos da investigação.
Eric continuou:
— Xerife, por favor nos diga o que o levou a acreditar que Chase Andrews
não tinha caído da torre por acidente. O que o fez pensar que havia sido
cometido um crime?
— Bem, uma das primeiras coisas que notei foi que não havia nenhuma
pegada ao redor do corpo de Chase, nem mesmo as dele. Fora as deixadas pelos
meninos que o encontraram. Assim concluí que alguém as havia apagado para
acobertar um crime.
— É verdade também, xerife, que não havia impressões digitais nem marcas de
veículo na cena do crime?
— Sim, está correto. Os pareceres do laboratório afirmaram que não havia
nenhuma impressão digital nova na torre. Nem mesmo na grade que precisou ser
aberta. O delegado e eu procuramos marcas de veículos, mas também não havia
nenhuma. Tudo isso indicava que alguém tinha destruído os indícios de
propósito.
— Então, quando o parecer do laboratório provou que os fios de lã vermelha
do gorro da Srta. Clark foram encontrados nas roupas de Chase naquela noite, o
senhor...
— Objeção, Meritíssimo — disse Tom. — Indução de testemunha. Além do
mais, outro depoimento já estabeleceu que os fios vermelhos poderiam ter sido
transferidos da peça da Srta. Clark para a do Sr. Andrews antes da noite de 29 para
30 de outubro.
— Deferida — bradou o juiz.
— Sem mais perguntas. A testemunha é da defesa.
Eric sabia que o depoimento do xerife seria bastante fraco para a acusação; não
se pode fazer muita coisa sem arma do crime, sem digitais, pegadas ou marcas de
pneu. Mesmo assim, ainda havia o suficiente para convencer o júri de que alguém

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