5.
Inquérito
1969
Lá em cima, as cigarras se esgoelavam contra um sol cruel. Todas as outras formas
de vida estavam escondidas do calor, emitindo apenas um zum-zum monótono na
vegetação baixa.
O xerife Jackson enxugou a testa e disse:
— Vern, tem mais coisa para fazer aqui, mas não parece certo. A esposa e a
família do Chase não sabem que ele morreu.
— Vou lá avisar para eles, Ed — respondeu o Dr. Vern Murphy.
— Agradecido. Pode pegar minha picape. Mande a ambulância vir buscar o
Chase, e Joe trazer minha picape de volta. Só não fale nada com mais ninguém.
Não quero todo mundo da cidade aqui, e é exatamente o que vai acontecer se
você abrir o bico.
Antes de se mexer, Vern ficou um minuto olhando para Chase, como se
houvesse deixado passar alguma coisa. Sendo médico, deveria dar um jeito
naquilo. O ar pesado do pântano estava parado atrás deles, esperando sua vez.
— Fiquem aqui — disse Ed, virando-se para os meninos. — Não preciso de
ninguém fofocando lá na cidade sobre o que aconteceu, e não metam as mãos em
nada nem deixem mais pegadas na lama.
— Sim, xerife — disse Benji. — Acha que alguém matou Chase, né? Porque
não tem nenhuma pegada. Será que alguém empurrou ele?
— Eu não disse nada disso. Isto aqui é um procedimento policial padrão.
Então fiquem fora do nosso caminho e não repitam nada do que escutarem aqui.
O delegado Joe Purdue, um homem baixinho de costeletas grossas, apareceu
na picape do xerife menos de quinze minutos depois.
— Não consigo acreditar. Chase está morto. Ele foi o melhor quarterback que
esta cidade já viu. A casa caiu.
— É exatamente isso. Bom, vamos ao trabalho.
— O que achou até agora?
Ed se afastou um pouco mais dos meninos.
— Bom, é claro que à primeira vista parece um acidente: ele caiu da torre e
morreu. Mas até agora não encontrei nenhuma das pegadas dele indo para a