Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

— Ele diz que a cabeça dele é assim.
Depois, ela fez uma pausa. Lançou um olhar a Reacher, que lhe tinha dito
para lhe dizer tudo, e, a seguir, a Griezman, como se estivesse a pedir
autorização para o fazer. Disse:
— O senhor Klopp teve formação como auditor, na Alemanha de Leste, e era
o número dois de uma fábrica muito grande perto da fronteira com a Polónia.
Quer que compreendamos que é sobrequalificado para a posição que ocupa.
Mas, aqui no oeste, os melhores empregos estão todos vedados aos alemães
étnicos e são dados aos turcos.
— E ele não quererá fazer uma pausa? Ainda lhe falta olhar para umas
oitenta.
Ela perguntou-lhe, ele respondeu e ela disse:
— Tem todo o gosto em continuar. Tem a cara do americano fixada na
cabeça. Ou está aqui ou não está. Solicita-vos que comparem a descrição feita
com o retrato que ele vai produzir com o nosso desenhador. Acha que vão
considerar as conclusões dele exatas.
— Okay, diga-lhe que se despache.
Não havia nada na quarta pilha. Nem sequer uma possibilidade. Cento e
sessenta já tinham ido. Neagley empurrou as últimas quarenta. Reacher observou
Klopp. Uma fotografia de cada vez, polegar e indicador esquerdos, agarrada de
forma descontraída, nem de muito perto nem de muito longe. Uma visão
razoável, com os óculos postos. E autêntica concentração. Não era um olhar fixo
inexpressivo e entediado nem um ar de desprezo impaciente. Uma atenção
calma. Estava a interrogar as fotografias, uma a uma, item a item. Olhos, maçãs
do rosto, boca. Sim ou não.
Não, uma e outra vez. Sempre não. As cartas deixadas cair com força em
cima da mesa. Por essa altura, Reacher já tinha visto mais de cento e setenta
versões do que o homem não era. O que começava a definir o que era. E que
correspondia ao que Klopp dissera. Olhos azuis encovados, maçãs do rosto
proeminentes, nariz fino, boca séria e queixo firme. Não restavam mais
variáveis. E tudo com um cabelo atualmente da cor da palha e atualmente normal

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