Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

circunstâncias.
Reacher assentiu. Tal como Waterman tinha dito, na escola da cooperação.
Desceram por umas escadas até ao rés do chão. O ar era mais fresco, como se
houvesse acesso direto ao exterior. Atravessaram uma porta e entraram num
espaço com automóveis. Como uma estação de serviço ou uma oficina, mas
imaculadamente limpa. Quase antissética. Tinta branca lustrosa no chão, azulejo
branco nas paredes, luz branca forte. Nada de manchas de óleo, sujidade ou
desordem. Estavam lá dois automóveis. Um era um sedan grande, com uma
mossa no canto dianteiro. Pior do que uma amolgadela, mas não completamente
destruído. Ainda tinha conserto. Griezman disse:
— Houve um acidente com atropelamento e fuga. Uma criança ficou
gravemente ferida. O condutor não parou. Achamos que foi este o carro. O dono
nega-o. Esperamos encontrar sangue e fibras. Mas vai ser um desafio.
O outro carro que ali se encontrava era um coupé bonitinho, com as portas
abertas. Um homem de bata branca estava a espreitar lá para dentro. Griezman
revelou:
— Estamos a ver que impressões digitais encontramos dentro do carro.
Houve um homicídio. Achamos que o autor poderá ter sido o último passageiro
da vítima. Era uma prostituta. Pode ser uma profissão perigosa.
Reacher aproximou-se e deu uma olhadela. Era um carro giro, sobretudo se
comparado com o seu Caprice reciclado. E imaculado. Cintilava sob as luzes.
Condizia perfeitamente com o ambiente antissético.
— Isto é um automóvel limpíssimo — afirmou Reacher.
— E o apartamento dela também era — retorquiu Griezman.
— Ela tinha empregada?
— Julgo que era um serviço.
— Então, provavelmente também mandava lavar o carro. E, se calhar, com
regularidade. Encerado e sem deixar escapar nada. Por dentro e por fora. O que é
bom. Poucas impressões antigas.
Griezman falou em alemão com o homem da bata branca. Possivelmente, a
pedir-lhe um relatório dos progressos. O outro respondeu e apontou para aqui e

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