— Não dá para perceber — respondeu Reacher.
— Então porque vamos cá ficar?
— Não sei. O Ratcliffe disse que podíamos ter tudo o que quiséssemos. E
acho que o que eu quero é não ficar preso no erro de outra pessoa.
— O segundo encontro pode nem ser em Hamburgo.
— Concordo. As probabilidades devem ser de um em dez. O que quer dizer
que, se ficarmos por cá, temos uma possibilidade em dez de estar no sítio certo à
hora certa. Ao passo que, se voltarmos para a Virgínia, essa possibilidade passa a
zero. Não se vão encontrar no Monumento de Washington. Isso é certinho,
caraças.
A tradutora aproximou-se e disse:
— O senhor Klopp pergunta para quando querem marcar o resto da
entrevista.
E Reacher respondeu:
— Diga ao senhor Klopp que já não precisamos dele. Diga-lhe que, se
alguma vez o voltar a ver, espeto-lhe a unha do polegar nos olhos, um a seguir ao
outro.
Nessa altura, Griezman juntou-se a eles e perguntou:
— Posso convidá-los para almoçar?
Meio-dia, em Hamburgo, na Alemanha.
O que correspondia à uma da tarde em Kiev, na Ucrânia. O mensageiro
estava a sair de um avião. Tinham-no levado pelas montanhas até Peshawar, no
Paquistão, e apanhara um voo para Karachi, e depois outro para Kiev. Servira-se
de um passaporte diferente para cada voo e mudara uma vez de camisa, passando
de cor-de-rosa para preta, acrescentando ainda uns óculos escuros e um boné do
Shakhtar Donetsk. Estava indetetável e anónimo. Não teve problemas nenhuns
no controlo fronteiriço ucraniano. Passou pela zona de recolha de bagagem e
saiu do terminal. Juntou-se à fila para os táxis e fumou um cigarro enquanto
esperava.