Escola da Noite

Reacher continuou:
— Vocês sabem os nossos nomes porque alguém se foi informar e fez soar o
alarme. Portanto, sabem que somos PM. Considerem-se presos a partir deste
momento.
— Não podem fazer isso.
— Olha que ficava muito espantado se não pudéssemos. É o Código de
Justiça Militar que o diz. Se quiséssemos, podíamos prender o chefe do estado-
maior. Íamos precisar de uma argumentação bem sólida, mas, teoricamente,
podíamos fazer isso. E vocês constituem um problema muito menor.
— Não têm jurisdição.
— Isso é uma palavra cara.
— Não somos militares.
— Eu acho que são.
— Nem somos americanos.
— Eu acho que são.
— Estás enganado.
— Provem-no. Mostrem-me a identificação.
— Desapareçam — repetiu o homem.
— Na Alemanha, a lei exige que se identifiquem à polícia quando
solicitados.
— À polícia alemã. E não a vocês.
— Estão a fazer isto tudo mal. Daqui a nada, vão apanhar penas máximas.
O tipo ficou calado. E o outro estava a acompanhar a conversa, com os olhos
a deslocarem-se de um lado para o outro, como no ténis.
Reacher repetiu:
— Mostrem-me a identificação.
E o da esquerda respondeu:
— Se não se importam, gostávamos de nos ir embora. Afastem-se, por favor.
— Não vai acontecer.
— Podíamos fazer com que acontecesse.
— Podiam tentar — retorquiu Reacher. — Mas iam acabar por se magoar.