Escola da Noite

Isto é muita areia para a vossa camioneta. Vão enfrentar uma coisa como nunca
viram na vida.
— Tens-te em muitíssimo boa conta.
Reacher apontou com a cabeça para Neagley.
— Estou a falar dela. Só cá vim para limpar os estragos.
Eles olharam para Neagley. Cabelo escuro, olhos escuros, bronzeada. Uma
mulher bonita. Ela sorriu-lhes. Tinha os antebraços pousados em cima da mesa.
Reacher reparou nas unhas dela. Reluziam do verniz claro e estavam bem
limadas. Até as da direita, que ela devia ter feito com a mão esquerda. Não iria a
um salão. Não suportava que lhe tocassem nas mãos. Olhou para um dos homens
e depois para o outro.
O da esquerda encolheu os ombros, levantando-se muito ligeiramente da
cadeira e enfiando a mão no bolso de trás das calças. O outro fez o mesmo.
Reacher observou-os. Tranquilo. Ninguém andava com uma arma no bolso de
trás das calças. Desconfortável. E de difícil acesso.
Os tipos puxaram de dois documentos de identificação cada. De plástico, do
tamanho de cartões de crédito. Só que não eram. Eram cartões de identidade
nacional e cartas de condução. Tinham ambos Bundesrepublik Deutschland
escrito na parte de cima. Alemanha. A República Federal. As fotografias batiam
certo. O da esquerda chamava-se Bernd Durnberger e o da direita, Klaus
Augenthaler.
— Vocês são cidadãos alemães? — perguntou Reacher.
O homem da esquerda recolheu os cartões que lhe cabiam e assentiu.
— Naturalizados?
Assentiu outra vez.
— E tiveram de passar algum teste?
— Claro.
— E foi difícil?
— Nem por isso.
— Em que Estado estamos?
— Na Alemanha.