Escola da Noite

— Vou dar um palpite marado e dizer que não és o cérebro desta operação. O
que te deixa numa posição vulnerável. Mas tens a sorte do teu lado. Sou um
homem razoável. Aquela oferta especial irrepetível ainda continua válida. Só
para ti. Pena mínima, se nos contares tudinho. Vou contar até três. E depois foi-
se.
Mais pânico estampado nos olhos do homem. Abriu a boca, mas não foi
capaz de falar. Não era lá muito inteligente. Não era lá muito verbal.
— Quem te disse para estares aqui hoje? — perguntou Reacher.
O homem apontou para o amigo deitado no chão.
E disse:
— Foi ele.
— Porquê? — retorquiu Reacher.
— Vendemos coisas.
— Onde?
— No bar.
— Que género de coisas?
Nenhuma resposta.
— Grandes ou pequenas? — perguntou Reacher.
— Pequenas.
— Pistolas?
Ele assentiu.
— Berettas M9?
Assentiu de novo.
— E mais alguma coisa? — insistiu Reacher.
— Não.
— Okay, vocês vendem pistolas a skinheads. Parabéns. Novas ou usadas?
— Só usadas.
— De onde?
— Vamos buscá-las aos camiões com o refugo.
Reacher assentiu. Inventário descontinuado do exército dos EUA, registado
como gasto, defeituoso ou destruído, mas sem nunca chegar a ser fundido. Não