Escola da Noite

Reacher e Neagley foram jantar fora cedo. Tinham visto bastantes opções no
bairro. Escolheram um sítio de comida simples e caseira, logo ao lado do hotel,
numa cave. Tinha painéis de madeira castanhos e música de acordeão a sair de
colunas no teto.
— Marian Sinclair vai apanhar um avião para aqui — disse Neagley.
— E porque havia ela de fazer isso? — retorquiu Reacher.
— Acho que a convenceste com aquilo do pouco ser melhor do que nada.
— Não devia ser preciso convencer ninguém.
— E quer manter-te debaixo de olho.
— Ela sabia no que se estava a meter. De certeza que o Garber lhe explicou.
— Aposto dez dólares que ela vai estar cá amanhã.
— E tens fundos para saldar a dívida?
— Não vou precisar. E não me dês dinheiro do Estado. Vê lá se é mesmo do
teu.
— Ela não vai aparecer — afirmou Reacher. — Seria o mesmo que apostar
num cavalo. E essa gente não faz isso.
Foi então que as luzes pareceram diminuir, no momento em que o chefe dos
detetives Griezman se aproximou da mesa deles. Dois metros e cento e trinta e
seis quilos. Um fato cinzento ondulante do tamanho de uma tenda. O chão
rangeu. E Griezman disse:
— Peço imensa desculpa por interrompê-los.
— Tem fome? — perguntou Reacher.
Griezman hesitou por uns segundos e, a seguir, respondeu:
— Sim, por acaso, até tenho um bocadinho.
Mas que pontaria, pensou Reacher.
— Então junte-se a nós. O Pentágono convida — disse.
— Não, nunca permitiria isso. Na minha própria cidade, não. Tenho de ser eu
a convidá-los.
— Okay — respondeu Reacher. — Muito obrigado. As Finanças dos Estados
Unidos agradecem.
Griezman sentou-se. Um empregado apressou-se a trazer talheres para uma