Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

simples detetive, esperançado de que outro me faça um favor.
— O tanas — atirou Reacher. — Está a pagar-nos este jantar porque eu disse
a palavra Pentágono. Se calhar, um dia ainda se vai candidatar a presidente da
câmara. Estamos numa cidade liberal da Europa Ocidental. Os eleitores não
iriam gostar de saber que os belicistas bárbaros lhe ofereceram uma refeição.
Portanto, prefere ter uma discussão sobre despesas amanhã do que uma situação
embaraçosa daqui a dez anos. Eu cá chamaria a isso uma coisa bastante política,
numa escala de um a dez.
— Só estou a tentar apanhar um mauzão.
— E porque havia ele de ser americano?
— É uma questão de estatística. Tem que ver com os números relacionados
com crimes.
— E acha que iríamos admitir isso alto e bom som? Do género, têm uma
prostituta morta, por isso, claro, faz todo o sentido reunir os suspeitos
americanos todos. Não podemos pura e simplesmente aceitar como uns
cordeirinhos uma presunção de culpa. Não iria ser bem visto na América. Esta
cena já fica bem acima das minhas competências.
— Pessoalmente, concordo consigo. Acho que foi um marinheiro. Entre uma
centena de nacionalidades possíveis. Mas vocês correspondem a um grande
grupo de estrangeiros na Alemanha. Eu poderia eliminar um grande número de
possibilidades.
— Então agora já acha que não foi um americano?
— Gostaria de poder provar isso, sim. Vão estar à espera de que eu faça um
esforço antes de o caso morrer. Que, sinceramente, é o que eu quero, o mais
depressa possível.
— Porquê?
— Bom, logo para começar, estamos a perder demasiado tempo com ele.
— Porque ela era prostituta?
— Ao fim e ao cabo, sim. Mas isso é simplesmente o que nos diz a
experiência e muitos dados infelizes. A maioria dos homicídios de prostitutas é
cometida por gente itinerante. É um facto. De certeza que este tipo já deve ter

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