Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

pessoas anónimas em viagem para um entre dez mil lugares possíveis.
— As nossas hipóteses são melhores do que zero — retorquiu Reacher. — O
tipo vai querer um lugar onde se sinta em casa, ao contrário do mensageiro. O
que implica uma grande cidade ocidental. Com voos diretos. Não vai querer
viajar mais do que for necessário. E já conhece Hamburgo. É capaz de voltar cá.
Se calhar, as nossas hipóteses são de uma em dez.
— Está a fazer pressão para que se vigie a casa segura.
— Acho que temos de o fazer.
— São capazes de ter mais do que uma.
Reacher assentiu.
— São capazes de ter dez em cada cidade no mundo inteiro. Isto é tudo uma
questão de probabilidades. Temos de começar algures.
Sinclair assentiu também.
— Estamos a estudar essa possibilidade. Seja como for, vamos ser avisados
mal o mensageiro chegue. Se isso chegar a acontecer. E, nessa altura, logo
vemos. Da última vez, o tempo de espera antes do encontro foi de quarenta e
oito horas. Vamos ter oportunidade para tomar uma decisão.
— E como é que o iraniano comunica?
— Pelo telefone, se possível. Se for seguro. Ou através de um local secreto
para entregar informações. E o chefe da base de Hamburgo acabou de combinar
um pré-aviso muito simples. Dadas as circunstâncias, considerámos que era
necessário. Se o iraniano não conseguir telefonar nem combinar um local
secreto, desloca um candeeiro no peitoril da janela do quarto. Da ponta para o
meio. Assim que o mensageiro aparecer. O quarto dá para as traseiras do prédio
e vê-se a janela da rua seguinte. O chefe da base anda a passar lá de carro quatro
vezes por dia.
Surgiu uma empregada com tranças amarelas para recolher os pedidos dos
recém-chegados à mesa. Sinclair enfiou a mão na mala e tirou de lá um grande
envelope castanho. Passou-o a Neagley, dizendo:
— Tem aqui o correio que o Departamento do Exército lhe enviou.
Neagley respondeu «Obrigado, minha senhora» e abriu o envelope.

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