Estava imaculada. Novinha em folha. Não aparecia em nenhuma base de dados.
Nunca estivera em nenhum sítio. Nunca a tinham visto, nunca lhe tinham tirado
uma impressão digital, nunca a tinham fotografado exceto literalmente uma vez
na vida, para o passaporte que trazia. E que era completamente verdadeiro,
tirando o nome e a nacionalidade.
Já era a quarta da fila. Viu o seu próprio reflexo no vidro da cabina. Tinha o
cabelo despenteado e os olhos ensonados. Vulnerável. A camisa continuava
branca e impecável. Inteiramente tratada e desinfetada. Com os primeiros dois
botões abertos. Nunca três, tinham-lhe dito. A não ser que pareça acidental.
Escolhe uma fila com um homem.
Já era a terceira.
Reacher e Neagley deixaram Sinclair no quarto. Saltaram os aposentos de
Reacher e entraram nos de Neagley, para não os poderem ouvir através da
parede.
— Não sei porque ela cá veio. Não quer vigiar a casa segura — disse
Reacher.
— Ela veio cá porque pouco é melhor do que nada.
— Só que ela está a optar deliberadamente pelo nada.
— Ai está?
— Do que estás a falar?
— Esquece — retorquiu Neagley. — Descansa um bocado. As coisas na
Costa Leste só vão começar a carburar daqui a uma hora. Encontramo-nos nessa
altura. De certeza que uma reunião ao telefone nos vai animar.
Reacher foi dar uma volta. Deu por si numa rua cheia de lojas de roupa de
homem. E cintos, luvas, relógios e carteiras. Roupa e acessórios. Como um
centro comercial ao ar livre e não oficial. Entrou num sítio simples e comprou
roupa interior e uma t-shirt. A t-shirt nova era preta e de algodão de ótima