Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

— Sou igual. Saidinho de uma grande vitória. Disso não há dúvida, caraças.
Recebi uma medalha hoje de manhã. Presa a uma fita que me puseram ao
pescoço. Por um serviço bem feito. Limpinho, limpinho. Sem motivos para
constrangimentos.
— E que tipo de serviço foi?
— Tenho a certeza de que é confidencial. Mas sei de fonte segura que é
capaz de ter tido que ver com uma pessoa a arrombar uma casa e a espetar duas
balas na cabeça a quem lá estava.
— Onde?
— Uma na testa e outra atrás da orelha. Nunca falha.
— Não, onde era a casa?
— Tenho a certeza de que isso também é confidencial. Mas suponho que no
estrangeiro. E sei de fonte segura que o nome do sítio tinha muitas consoantes. E
praticamente nenhuma vogal. E depois essa mesma pessoa fez o mesmo na noite
seguinte. Noutra casa. Tudo por boas razões. O que, tudo somado, significa que
eu esperaria que ele tivesse depois direito a mais do que isto. Esperaria que
tivesse, pelo menos, direito a participar na decisão quanto ao destacamento
seguinte. Se calhar, até uma escolha.
— Exato — retorquiu White. — E a minha escolha não teria sido isto. Teria
sido fazer o que devia estar a fazer neste preciso momento.
— Parece ser um desafio.
— Bastante grande.
— O que é típico. Como recompensa, queremos um desafio. Não queremos
as ordens fáceis. Queremos progredir.
— Exato.
— E, se calhar, até progredimos — afirmou Reacher. — Deixa-me perguntar-
te uma coisa. Lembras-te de quando recebeste estas ordens. Foi cara a cara ou
por escrito?
— Cara a cara. Tinha de ser, para uma coisa destas.
— E havia uma terceira pessoa na sala?
White respondeu:

Free download pdf