Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

género de coisa que se recebia quando se abria uma conta. O tenente-coronel
também tinha um, de um ano antes, altura em que começara a alugar o cofre-
forte.
— Não é conclusivo — disse Sinclair.
— Mas é indiciativo — retorquiu Reacher. — O Klopp viu o tipo e o Bartley
idem idem, aspas aspas. E parece-me um retrato bem feito.
Sacou da cópia que tinha, desdobrando-a. O sobrolho, as maçãs do rosto, os
olhos encovados. O cabelo. Da cor do feno ou da palha no verão. Bastante
normal dos lados, dissera Klopp, mas muito mais comprido em cima. Tipo um
estilo. Como se pudesse fazê-lo mexer-se de um lado para o outro. Como o Elvis
Presley.
— Como se consegue ficar com o cabelo assim? — perguntou Reacher.
— Imagino que, primeiro, tenhamos de o deixar crescer todo e, a seguir,
explicar ao estilista como queremos que ele o molde — respondeu Sinclair.
— Ou então começamos por uma moicana e deixamos o cabelo crescer.
Passados quatro meses, ainda está normal dos lados, mas comprido em cima
porque essa parte já levava avanço. E, inicialmente, usamos um boné, até a coisa
deixar de ter um aspeto esquisito.
— Usamos um boné de basebol com uma estrela vermelha à frente —
acrescentou Neagley.
— Provavelmente, dos Houston Astros, já que somos texanos. Chamamo-nos
Wiley e, há quatro meses, desertámos de uma unidade de defesa aérea a centenas
de quilómetros para leste daqui.
Sinclair ficou calada.
E Neagley disse:
— E comprámos um passaporte novo e assim nunca temos de utilizar o
nosso. O que quer dizer que os PM nunca nos vão encontrar.
— Estão a apostar muita coisa num corte de cabelo — afirmou Sinclair.
— Peça a ficha militar dele. E mostre a foto ao Klopp — retorquiu Reacher.

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