Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

— Presumivelmente, isso deve ser difícil neste momento. Presumivelmente,
aquilo deve estar tudo numa barafunda completa. Estão excitados com o que se
está a passar, não se esqueça.
— E qual é a terceira coisa?
— Ele está a tentar dizer-nos algo.
— Algo de que género?
— Alguma coisa mudou. Algum fator novo. Como se estivesse a tentar dizer
é, mas não é. Como se, por exemplo, o mensageiro estivesse aqui em Hamburgo,
mas o encontro fosse noutro sítio. Se calhar, o tipo disse-lhes que tem de apanhar
o comboio para Bremen. Ou Berlim. Podiam encontrar-se no comboio. Podia ser
uma maneira inteligente de fazer a coisa. Podiam encontrar-se por acidente e
conversar durante um minuto. Ou pode ser outra coisa qualquer completamente
diferente.
— Temos quarenta e oito horas para pensar nisso — retorquiu Sinclair.
— Se mantiverem a mesma planificação — respondeu Neagley. — E é
possível que não o façam. É uma lotaria. Pode haver atrasos nas viagens.
Imagino que andem a estabelecer contactos um pouco por todo o lado. Incluindo
em países do Terceiro Mundo. Portanto, calculo que incluam uma margem de
tempo. Se os aviões chegarem à hora, ficam com dois dias para espairecer. Mas
se os aviões se atrasarem, os encontros passam a ser imediatos. Ou algures a
meio caminho. A minha avaliação seria essa.
— Precisamos de vigiar aquele prédio — afirmou Bishop.
— Não pode ser — atirou Sinclair. — Não podemos arriscar a casa segura.
— Se não o fizermos, ficamos cegos. Estamos a desperdiçar uma
oportunidade de ouro para apanhar o gajo.
Reacher olhou para Bishop. Um aliado inesperado.
— Há que considerar as consequências — disse Sinclair.
— Isso é no futuro, e agora estamos no presente.
— Não pode ser — repetiu Sinclair.
— Mas já estamos a fazer isso — retorquiu Reacher.
— O quê?

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