Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

— O chefe dos detetives Griezman aceitou vigiar o prédio. Polícias à paisana
em carros. São bem bons. Vimo-los em ação. Ou melhor, não vimos.
Sinclair ficou pálida. De raiva, sobretudo, calculou Reacher.
— A partir de quando? — perguntou ela.
— Talvez desta tarde — respondeu ele. — Depende de como esteja a agenda
dele.
— E porque está ele a fazer isso?
— Porque lhe pedi.
— Em troca de quê?
— Vou verificar-lhe a impressão digital.
— Preciso de falar consigo, major — disparou Sinclair.
— E está a falar comigo — ripostou Reacher.
— Em privado.
Neagley disse:
— Usem o meu quarto. Não os vamos conseguir ouvir daqui.
Atirou a chave do quarto a Sinclair, num ligeiro movimento em arco, de
baixo para cima, e ela apanhou-a, só com uma mão, sem problemas.
— Venha comigo — disse.
E foi o que Reacher fez, avançando pelo corredor até ao quarto de Neagley.
Sinclair entrou e só parou à janela, dando meia-volta, com a luz por trás dela.
Mais alta do que a média, mas nem por isso mais larga.
O vestido preto, as pérolas, as meias de nylon, os sapatos.
A cara e o cabelo, penteado com os dedos.
Com um ar impecável.
— Desobedeceu a uma ordem — afirmou.
E Reacher retorquiu:
— Não me lembro de ordem nenhuma. Não me lembro de grande coisa
depois de o conselheiro de Segurança Nacional nos ter dito que tínhamos direito
a tudo aquilo de que precisássemos. E precisamos disto. Pode poupar-nos um
ano. Sem isso, resta-nos apenas uma banal caça ao homem. Atrás de um tipo que
já está ausente sem autorização há quatro meses, com um passaporte estrangeiro

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