Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

espetáculo digno de se ver. Tinha pele clara, com sinais e sardas aqui e acolá,
seios pequenos, cintura dura e barriga lisa, e músculos nas coxas salientes e em
movimento. Ainda continuava com as pérolas. Que se iam agitando e
baloiçando. A concavidade na base da garganta estava repleta de suor. Tinha os
braços para trás, esticados e afastados do corpo, com os pulsos dobrados e as
mãos completamente abertas, as palmas perto da cama, a pairar, planando numa
almofada de ar, como se se estivesse a equilibrar. E estava mesmo. Estava a
equilibrar-se num determinado ponto, apoiando o peso inteiro nele, balançando-
se para trás e para a frente, desviando-se ligeiramente para um lado e para o
outro, como que perseguindo a sensação perfeita, encontrando-a, perdendo-a,
encontrando-a de novo e mantendo-a, até ao final ofegante. E era para aí que ele
também se dirigia. Quanto a isso, não havia dúvidas. Já não havia como parar.
Empurrou-a com força, levantando as ancas, pondo-a como que a flutuar, com os
pés fora da cama e os joelhos a fecharem-se, dois movimentos antagónicos
unidos num só.
Mais tarde, ele ficou deitado de costas e ela aninhou-se nele. Que se pôs a
roçar a ponta do dedo na anca dela.
— Então agora responde lá às perguntas — disse ela.
E ele retorquiu:
— Sim, acho que foi boa ideia, e, sim, tenho a certeza.
— Não houve nenhum problema de comando nem controlo?
— Achei o meu controlo bastante bom.
— O que eu quero dizer é que não devia ter feito isto. Tecnicamente, és meu
subordinado.
— Teu subalterno, na verdade.
— Pois.
— E grato por isso.
Fez-lhe um desenho na anca.
Com a ponta do dedo.
— Fala-me da sargento Neagley — pediu ela.
— O que é que ela tem? — respondeu ele.

Free download pdf