Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

comemorar. O negócio já estava praticamente feito. E ele estava com boas
perspetivas, financeiramente. Mas houve qualquer coisa que se descontrolou. O
que é um enorme ponto positivo. Num certo sentido. Para nós, neste momento.
Hoje e amanhã. Agora, passa a estar em causa um homicídio, ponto final. O
Griezman já não precisa de estar a esconder nada. Pode servir-se dos recursos
federais. Pode dar aquele retrato-robô a todos os polícias da cidade.
Sinclair ficou calada por um momento. Abanou a cabeça e retorquiu:
— Não, nunca podemos admitir que verificámos essa impressão a pedido
dele. E a situação só iria ficar mais confusa. Uma coisa de cada vez. Queremo-lo
por causa dos cem milhões de dólares. Isso vem primeiro. Isso é mais
importante.
— A prostituta é capaz de discordar.
— Não o podemos enforcar duas vezes. E não podemos deixar que os
alemães o prendam. Porque ele é nosso. Mas a justiça será feita. E, desta vez,
isto é uma ordem.
— Sim, minha senhora — respondeu Reacher.
Voltou a guardar a ficha no envelope e calculou a altura em que a coisa tinha
acontecido. A cinco ruas dali, no apartamento da mulher. Wiley estivera lá
enquanto Reacher estava a jantar com Neagley em McLean, na Virgínia. De
todos os diners em todas as terrinhas. Deitou-se novamente, dessa vez de lado, e
virou Sinclair de frente para ele, pondo-lhe a mão bem alto na parte de trás da
coxa.
— Já? — perguntou ela.
— Sou mais novo do que tu — respondeu ele.
O telefone tocou.
Griezman, a dar notícias. Reacher pô-lo em alta-voz. Griezman perguntou
pela impressão. E Reacher respondeu que ainda não havia novidades. Sinclair
desviou o olhar. Griezman explicou que, até ao momento, as operações de
vigilância não tinham dado em nada. Até ao momento, não houvera sinal de
Wiley no bar. Até ao momento, na casa segura, um carteiro tinha vindo entregar
algo, que ninguém reclamara, ficando depois em cima de uma mesa, no átrio,

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