Escola da Noite

Neagley foi-se embora e a seguir foi a vez de Bishop. Reacher sentou-se
numa das poltronas. Sinclair deixou-se ficar sentada na cama. E disse:
— O Waterman e o White chegam amanhã de manhã. Mais o Landry e o
Vanderbilt. Transferi a operação inteira para cá. É aqui que se passa toda a ação.
Trabalhamos a partir do consulado.
— Okay — retorquiu Reacher.
— Estás a pensar em quê?
— Neste preciso momento?
— Sim.
— Profissional ou pessoalmente?
— Consegues pensar nas duas ao mesmo tempo?
— A maior parte das vezes.
— Okay, primeiro a parte profissional.
— No cabelo do Wiley.
— O que tem?
— É uma forma de entrada. Possivelmente. Ele não o cortou. Deixou-o
crescer.
— Se calhar, ficou preocupado que um barbeiro se pudesse lembrar dele.
— Mas podia ter feito isso ele. Rapava-o dos lados todos os dias. Podia tê-lo
rapado todo e recomeçado do zero. Mas não foi isso que fez.
— E porquê?
— Acho que há uma certa vaidade nele. Uma espécie de exibicionismo. Ele
gosta do Davy Crockett. Se calhar, está a deixar crescer o cabelo para poder
comprar um casaco de camurça com franjas e ser o rei do faroeste. A maneira
como se mexeu no vídeo foi interessante. É um tipo pequeno, mas pavoneia-se.
Tem a cena bem estudada. E comprou champanhe caro. Acho que aprecia atos
grandiloquentes. O que, aliado aos cem milhões de dólares, não me faz sentir
nada bem. Faz-me sentir que vem aí qualquer coisa enorme.
Sinclair ficou calada durante um momento.
E foi então que perguntou:
— E em relação à vida pessoal?