Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

aleatória no seio da divisão. Considerou-se que os nomes estrangeiros dariam
nas vistas. Mas não haveria problema se fossem nomes alemães. Os que muito
bem quisessem. Os que lhes pudessem soar bem ou querer dizer alguma coisa.
— Okay, obrigado — retorquiu Reacher. — Tenho de desligar.
Estava encostado ao balcão da receção e conseguia ver o que se passava lá
fora, pela parte de vidro da porta da rua.
Estava um homem à entrada de um prédio.
Do outro lado da rua.
Reacher desligou o telefone. Entrecruzou o olhar com o de Neagley e
apontou. Ela pôs-se no enfiamento da nesga de visibilidade. E disse:
— Já o vi. Não é propriamente difícil.
— Vamos sair para apanhar um bocadinho de ar.
Neagley avançou primeiro, seguida por Reacher, e o homem à entrada do
prédio assustou-se, para depois se pôr ostensivamente a bocejar e a espreguiçar e
afastar-se vagarosamente, no passeio do lado contrário, como se tivesse todo o
tempo do mundo.
— E que tal vermos para onde ele vai? — atirou Neagley.
Acompanharam o ritmo dele, mantendo-se a uma distância de três metros,
com duas faixas de trânsito matinal de permeio, enquanto o homem ia
caminhando. Tinha um casaco de lã e não trazia chapéu. Era corpulento. Maior
do que Neagley e mais pequeno do que Reacher. Virou à direita no cruzamento.
Reacher e Neagley atravessaram para o outro lado da rua no semáforo e
voltaram a pôr-se três metros atrás dele.
O homem virou outra vez à direita.
Para uma viela, entre prédios.
— É uma armadilha, obviamente — disse Neagley. — Provavelmente, aquilo
é um pátio fechado. Não admira que fosse fácil avistar o tipo. A missão dele era
atrair-te para aqui.
— A mim?
— Ele não era do Griezman, nem era do Bishop. Então quem era o gajo? O
Orozco ainda agora te disse que este sítio anda cheio de máfia. E de certeza que

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