Escola da Noite

média. Possivelmente, escolhidos por razões de mérito. Um tinha as mãos
vazias. Outro trazia um taco de basebol. E o terceiro, uma garrafa partida. Vidro
castanho, denteado, como uma coroa em miniatura. Esse seria o primeiro a cair,
decidiu Reacher. O do taco podia esperar. Um taco não servia para nada durante
uma rixa num espaço acanhado. Os primeiros quatro iriam deixar-se ficar mais
atrás. Gato escaldado de água fria tem medo. E o isco à entrada do prédio nem
sequer iria participar na luta. Não era essa a função dele. Por isso, inicialmente,
seriam três contra um. Não era um problema enorme. Depois disso, tudo era
possível.
O do taco foi o primeiro a avançar. O que foi estúpido, mas previsível. Era a
arma maior. Marcava o tom da coisa. Mas, em corrida, era inútil. Ninguém
conseguia acertar em nada se estivesse a correr ao mesmo tempo. Nem o Babe
Ruth, nem o Joe DiMaggio, nem o Mickey Mantle. Nem sequer o Ted Williams,
na sua melhor forma. Era escusado, mas indiciava a tentativa de planear uma
tática. A ideia parecia ser que o taco derrubasse Reacher, para depois o tipo da
garrafa dar o golpe seguinte, baixando-se, espetando e torcendo. O que
implicava que o da garrafa avançasse bem cedo, quase colado ao do taco, uns
meros dois passos atrás, pronto para o momento de glória, à procura de obter
todo o ímpeto possível.
Mas o ímpeto tinha os seus prós e contras.
Reacher desviou-se do homem do taco e avançou direto ao da garrafa, duas
massas contrárias a colidirem a alta velocidade, como um acidente na
autoestrada. Reacher só tinha olhos para a garrafa, que estava bem à frente e a
subir vertiginosamente, em direção à sua cara, na mão direita do tipo. O que
fazia com que fosse tudo uma simples questão de calcular o momento certo.
Mais fácil do que acertar numa bola de basebol. Reacher fez um arco com o
antebraço esquerdo, de dentro para fora, como quem afasta uma vespa num
piquenique, e acertou algures no antebraço direito do tipo da garrafa, fazendo
com que a trajetória desta subisse de repente, passando por cima do ombro de
Reacher, inofensivamente, o que deu tempo e espaço para que o cotovelo direito
dele se arqueasse e atingisse o homem em cheio na cara, assemelhando-se o