Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

razoavelmente próximo da casa segura. Não tinha nenhuma mensagem a dar.
Estava ali para lhe dizerem alguma coisa. Uma declaração de abertura, segundo
o iraniano. Uma espécie de posição inicial. Disse que pelo contexto isso era
claro. O objetivo era o mensageiro ouvir essa declaração e levá-la na cabeça.
— Dá a ideia de ser o começo de uma negociação. Uma espécie de proposta
inicial.
Sinclair assentiu.
— Contamos que o mensageiro regresse. Pelo menos, uma vez, com uma
resposta positiva ou negativa.
— E fazemos alguma ideia de qual seja o assunto?
Sinclair abanou a cabeça.
— Mas é uma coisa importante. O iraniano tem a certeza disso porque o
mensageiro era um guerreiro de elite, tal como ele. Devia gozar de boa reputação
nos campos, caso contrário, como podia ter arranjado os polos, os sapatos
italianos e quatro passaportes? Não era daqueles tipos utilizados pela arraia-
miúda, de um lado ou do outro da rede. Era o género de mensageiro exclusivo
dos manda-chuvas.
— E o encontro chegou a acontecer?
— Ao final da tarde do segundo dia. Ele saiu durante cinquenta minutos.
— E a seguir?
— Foi-se embora, logo de manhãzinha.
— Sem haver mais conversas?
— Só uma. E das boas. Deu com a língua nos dentes. Aquilo saiu-lhe.
Revelou ao amigo a informação que ia levar para casa. Assim, sem mais nem
menos. Foi mais forte que ele. Por ter ficado impressionado com a coisa,
pensamos nós. Pela escala disso. O iraniano disse que ele parecia muito
excitado. Estamos a falar de rapazes de vinte e tal anos.
— E qual era a informação?
— Foi uma declaração de abertura. Uma posição inicial. Tal e qual como o
iraniano julgou que seria. Curta e sucinta.
— E que dizia?

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