3
Sinclair endireitou-se na cadeira e aproximou-se um pouco mais da mesa,
como se quisesse enfatizar o que estava a dizer, explicando:
— Segundo a opinião geral, o iraniano é muito inteligente, eloquente e
sensível às nuances da língua, e o chefe da base fartou-se de analisar a coisa com
ele, por isso, acreditamos piamente tratar-se de uma simples declaração. Durante
esses cinquenta minutos, o mensageiro encontrou-se cara a cara com um
americano. Um homem, já que não houve nenhum comentário no sentido de ser
uma mulher, o que teria acontecido, diz o iraniano. Tem a certeza absoluta disso.
E durante esse encontro, o americano disse ao mensageiro que queria cem
milhões de dólares. Era o preço de qualquer coisa. O contexto foi notoriamente
esse. Mas isso foi o final da comunicação. Que americano, não sabemos. Cem
milhões pelo quê, não sabemos. De quem, não sabemos.
White disse:
— Mas cem milhões restringem as possibilidades. Mesmo que seja uma
proposta inicial que acabe reduzida para cinquenta, continua a ser muito
dinheiro. E quem tem esse dinheiro? Muito boa gente, dir-me-iam, mas pelo
menos conseguem enfiá-la toda num Rolodex.
— Estás a ver isso pelo prisma errado — retorquiu Reacher. — De certeza
que é melhor descobrir o vendedor do que o comprador. Que tipo de coisa uns
gajos que trepam cordas no Iémen pagariam cem milhões de dólares para ter? E
que tipo de americano em Hamburgo tem uma coisa dessas para vender?
Waterman disse: