Escola da Noite

mulher e perguntou:
— Senhora Mason, podemos falar?
Voltaram para o corredor. Bishop e Sinclair apresentaram-se como
funcionários governamentais. E Reacher perguntou:
— O que lhe aconteceu?
— Não sabem? — retorquiu a mulher.
— Não, não sabemos.
— Tem uma excrescência na cabeça.
— Como um tumor?
— É uma palavra comprida que eu não percebo. Está a esmagar-lhe o
cérebro. Todos os dias, um bocadinho.
— Lamento.
— Ele sabia que o senhor lamentaria.
— E quando é que isso começou? — perguntou Reacher.
— Há ano e meio.
— E ele consegue falar?
— Um bocadinho. Perdeu o movimento de um lado, por isso, fala de uma
forma estranha. Mas não é algo que o arrelie. Nunca foi grande conversador. E a
verdade é que agora também já não se consegue lembrar de nada.
— Isso pode ser um problema. Viemos cá fazer-lhe umas perguntas.
— Pensei que tivesse cá vindo para o ajudar.
— Porquê?
— Ele disse que, se adoecesse, viria cá de certeza alguém do exército.
— E já recebeu algum tratamento por parte do exército?
— Não, nunca.
— E a memória dele está muito má?
— Tem altos e baixos, mas, na maior parte das vezes, está péssima.
— E ele fica muito cansado?
— Perde o fio à meada depois das primeiras perguntas.
— Importa-se de esperar lá fora? — perguntou Reacher.
— Ele fez alguma coisa errada?