Toda a gente se lembra da primeira unidade.
— Isso foi há quarenta anos.
— Se ele saiu da academia aos vinte e dois, ainda lhe falta um bocado para
se reformar.
— Nesta altura, já seria general.
— Provavelmente.
— E como o encontraria?
— Ligaria a um amigo que tenho no Comando do Pessoal. E alguém
chegaria lá.
— Faça isso — retorquiu Sinclair. — Assim que voltarmos.
Seguiram viagem. Lá fora, o céu ia ficando mais escuro. Vinha aí chuva ou
então o final da tarde. Ou ambos.
Em Jalalabad, já estava a cair o crepúsculo. A mensageira estava a sair da
casa branca de adobe. Entrou para uma carrinha Toyota de caixa aberta. O
mesmo sistema anterior. Conduzir a noite inteira e apanhar o primeiro voo.
Estava preparada. Continuava mais ou menos imaculada. Não é que os suíços se
importassem. O dinheiro era todo igual para eles. Tinham-na treinado.
Sabia a morada em Zurique. Sabia que Zurique seria diferente de Hamburgo.
Sabia os números todos. O número de conta deles, o código, cem milhões de
dólares e zero cêntimos, o número de conta de Wiley. Tinha francos suíços no
bolso, para os táxis.
Reza para que sejas bem-sucedida, dissera-lhe o gordo. Mas não era ela que
estava em causa. A missão dela era fácil. Ele devia ter dito reza para que o Wiley
seja bem-sucedido. Ela não gostava de Wiley. E não era por causa do ataque à
modéstia dela. Era por ser fraco e dissimulado e distrair-se facilmente. O que a
preocupava. A missão dele não era fácil. E o êxito dela dependia do dele. Se o
negócio cair por terra, então, sim, serás morta.
Não iria cair por terra por causa dela.
O Toyota foi saltando e chocalhando por estradas que mais pareciam tábuas