Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

— E é assim que as coisas devem acontecer. Fico contente por saber isso.
— Mas não foi o que aconteceu no caso do Wiley. Foi como se as histórias
correspondessem a um mapa do tesouro e ele se tivesse alistado só porque queria
desenterrar esse tesouro.
— Isso é um absurdo — ripostou Helmsworth.
— E agora já o tem e anda ausente sem autorização.
— Já tem o quê?
— Não sabemos. Mas vale muito dinheiro.
— Ausente sem autorização de onde?
— Defesa aérea, nas divisões blindadas perto de Fulda.
— Major, porque estou aqui? Por favor, diga-me que tiveram boas razões
para me trazerem para a Europa.
— Queremos ouvir as histórias do tesouro enterrado. Dessa velha 82.ª
Divisão Paraquedista. Temos a certeza de que o senhor se lembra delas. Não há
oficial que não se lembre do primeiro posto de comando.
— Não havia histórias de tesouros enterrados.
— O nosso rapaz, o Wiley, entrou numa competição, na unidade dele, de
frases curtas e espertinhas que explicassem as razões por que cada um se tinha
alistado. E quando chegou a vez dele, disse que tinha sido por o tio lhe contar
histórias do Davy Crockett.
Helmsworth não respondeu.
Reacher reparou.
E prosseguiu:
— Na verdade, o tio era o namorado da mãe. O veterano com a carreira de
vinte anos. O tio Arnold. Um título honorífico elegante. Possivelmente,
apropriado para quando o miúdo tinha dez anos. Mas, se calhar, um bocadinho
esquisito na altura em que já tinha dezasseis.
Helmsworth retorquiu, como quem não queria a coisa:
— E que histórias eram essas do Davy Crockett?
— Não sabemos — respondeu Reacher. — E é por isso que estamos a
perguntar.

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