— É uma questão de eficiência. Precisam de saber quem são estes gajos com
antecedência. Precisam de localizar redes e construir bases de dados. Por isso
mesmo, com certeza que se focarão nos mensageiros. Perguntas e respostas
verbais na cabeça, para a frente e para trás, de continente em continente,
pergunta, resposta, pergunta, resposta. Sabem tudo. São como cassetes. Valem
cem infiltrados. Por conhecerem a história toda. E o que tem o iraniano? Nicles,
a não ser quatro paredes em Hamburgo e nada para fazer.
— Mas não pode ser simplesmente sacrificado.
— Podiam arrancá-lo de lá ao mesmo tempo que atacassem o mensageiro.
Podiam dar-lhe uma casa na Florida.
White retorquiu:
— O mensageiro não ia falar. Isto é uma coisa tribal, já com mil anos. Eles
não se iam chibar uns aos outros. Com o pouco que estamos autorizados a fazer-
lhes, de certeza que não. Por isso, é uma decisão inteligente deixar o infiltrado
onde está. Eles não sabem mesmo o que aí vem. Uma dica antecipada dava jeito.
E até mesmo parte de uma pista.
— E tu sabes o que aí vem? — perguntou Reacher.
— Um desvario qualquer. As coisas já não são iguais ao que eram.
— E já trabalhaste com o Ratcliffe? Ou com a Sinclair?
— Nunca. E tu?
Waterman interveio:
— Eles não nos escolheram por nos conhecerem. Escolheram-nos porque
não estávamos em Hamburgo na altura crucial. Estávamos em serviço noutro
sítio. Por isso mesmo, não podemos ser as pessoas erradas com quem falar.
Uma unidade em quarentena, tinha dito Sinclair, e a sensação era mesmo
essa. Três tipos numa sala, isolados do mundo exterior por estarem todos
infetados com um álibi.
Às sete da tarde, Reacher foi buscar as malas ao carro e levou-as para o
quarto, que era o último de uma sequência de três, num corredor com aspeto de