perguntou em que o poderia ajudar.
— Tem que ver com o Wolfgang Schlupp — respondeu Griezman.
— Sabe, falei com ele ainda hoje. Por mero acaso — retorquiu Dremmler.
— E é por isso que aqui vim.
— Ele não disse nada de importante. Pelo menos, nada que ajudasse a
esclarecer o que lhe veio a acontecer a seguir.
— E de que falaram?
— Trocámos só amabilidades. Vi-o uma vez num jantar de negócios. Não
passava de um conhecido que eu costumava cumprimentar. Estava simplesmente
a dizer-lhe olá. Uma cortesia profissional. No fundo, mal conhecia o homem.
— Estava a tentar vender-lhe sapatos?
— Não, não, nada disso. É uma questão de boas maneiras. Ajuda a untar as
rodas.
— E costuma ir àquele bar muitas vezes?
— Nem por isso.
— E porque o fez nesse dia?
— Para ver e ser visto. Vou a muitos sítios diferentes. Vou rodando. É o que
nós fazemos.
— Nós?
— Empresários, dirigentes cívicos, homens de negócios, tipos que se sabem
safar.
— E o senhor estava de costas para quem, reparou? — perguntou Griezman.
Dremmler hesitou por uns instantes. Lembrava-se de arranjar espaço com o
cotovelo e de se pôr ao lado de Schlupp, com o ombro a abrir caminho e de
costas voltadas para o bar. Quem estava atrás dele? Não se recordava.
Griezman afirmou:
— Era um sujeito que estava prestes a arranjar problemas com as Finanças.
Ouviu a conversa toda. Foi muito específico nos pormenores.
Dremmler hesitou novamente. Tinha boa memória. E bom senso. Além de
ser vivo e criativo. Na posição dele, um homem precisava de tais qualidades.
Rebobinou a fita mentalmente e reproduziu na cabeça a conversa do dia anterior
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1