Escola da Noite

— Porquê Kempner? — perguntou Sinclair.
— Porquê Ernst e porquê Gebhardt? O Wiley cresceu em Sugar Land, no
Texas, e depois um dia, uma série de anos mais tarde, pedem-lhe para escolher
três nomes alemães. E o que veio à tona? Há uma tradição alemã muito grande
no Texas. É uma comunidade muito antiga. Imenso êxito e imensas histórias.
Reza a lenda que o primeiro alemão a lá chegar foi um tipo chamado Ernst. Que
fundou a colónia. De certeza que o Wiley se fartou de ouvir falar dele. E a
seguir, passados vários anos, houve outro que inventou um molho picante. E que
agora se pode arranjar em garrafas de plástico em qualquer base militar ou
supermercado. Está à venda no Texas inteiro. De certeza que o Wiley passou a
vida a pô-lo na comida. E a marca chama-se Gebhardt.
— Uma coincidência — respondeu Sinclair. — Em ambos os casos.
— Mas e se não for? Se o Ernst e o Gebhardt tiverem tido origem numa
associação subliminar a uma infância e a uma juventude passadas no sudeste do
Texas, o que viria a seguir?
— Não sei. Não faço ideia.
— O Wiley tinha orgulho na cidade natal. Isso vinha no processo original
relativo à ausência sem autorização. E o especialista Coleman confirmou-o. O
camarada do Wiley, no camião Chaparral. E a cidade natal do Wiley girava toda
à volta da Imperial Sugar. Fundada em 1906. A empresa era a dona de Sugar
Land e foi ela que construiu a cidade, de uma ponta à outra, sem tirar nem pôr.
— E como é que sabe essas coisas todas?
— Fizeram um filme. E li uma notícia sobre isso uma vez, numa viagem de
autocarro, saiu no Houston Chronicle. A Imperial Sugar foi criada por Isaac H.
Kempner. Basicamente, foi o pai daquela terra. Pô-la de pé. De certeza que é
superfamoso lá para aquelas bandas. Se calhar, até deram o nome dele a uma rua.
— Isso é que é arriscar.
— A culpa foi sua.
— Eles deviam fechar o porto — soltou White.
— E de certeza que o vão fazer — retorquiu Sinclair. — De certeza que já se
encontram a discutir esse assunto. Vão ligar-nos da Casa Branca para nos