Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

segundo antes de os polícias irromperem de outro elevador. Um infeliz sentido
de oportunidade. Uma lição a aprender. Reacher imaginou que Griezman teria
um ataque cardíaco se tivesse de subir a pé nove andares e, por isso, propôs que
ele fosse num elevador, e Sinclair, no outro. Neagley foi pelas escadas. E
Reacher acompanhou Sinclair. Que ainda tinha a pistola dentro da mala. Não era
boa política. Tirá-la de lá iria ser uma coisa lenta e a única verdadeira debilidade
do modelo governamental era uma mola do carregador bastante saliente, junto ao
gatilho. Estar a remexer numa mala podia fazer a pistola disparar. Não era o
ideal.
As portas do elevador fecharam-se. E eles começaram a subir. Sinclair
perguntou:
— O que achas do que se está a passar?
— Pessoal ou profissionalmente? — retorquiu Reacher.
— Em relação ao Wiley.
— Vi-o nas imagens da câmara de segurança da loja de bebidas. Pareceu-me
rápido e vivaço como uma ratazana. E tem uma pistola. E está prestes a fazer o
negócio do século. Mas tudo bem. Gosto de desafios.
— Prendemo-lo assim que ele abrir a porta. Não vai ter tempo para fazer
nada.
— E se ele não abrir a porta? E se ele espreitar pelo óculo e ficar à espera no
quarto?
Sinclair não respondeu.
O elevador parou.
E as portas abriram-se.
Griezman já lá estava. Com exceção dele, o corredor encontrava-se vazio.
Havia portas de dez em dez metros. Os números dos apartamentos estavam
assinalados em painéis verticais exíguos, ao lado das portas. Os painéis tinham
um aplique incorporado na parede, em cima, e o número, em baixo. Eram todos
de cores vivas diferentes. E os números estavam escritos como num livro da
escola primária. O de Wiley era o 9b. O painel dele era verde e a porta, amarela.
Como num teatrinho. O meu primeiro apartamento.

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