Escola da Noite

Não havia óculo na porta amarela. O que havia era um olho de plástico, à
altura da cabeça, no painel verde, do tamanho de um ovo, protuberante e
cinzento esfumado. Uma câmara. Presumivelmente, com um ecrã do lado de
dentro. Uma imagem enorme, com uma lente grande angular. Por baixo da
câmara, à altura do cotovelo, encontrava-se o botão de uma campainha. Uma
visita que se aproximasse o suficiente para tocar à campainha ficaria com a cara
mesmo à frente da câmara. O que fazia sentido.
Neagley bateu no peito. Vou eu primeiro. Não se afastou da parede,
aproximando-se da câmara num ângulo de noventa graus, e quando já se
encontrava à distância de um braço, tapou a lente com a palma da mão esquerda,
sacou do Colt e serviu-se da boca da pistola para carregar no botão da
campainha.