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Muller ligou para Dremmler do gabinete. E disse:
— A divisão do Griezman pediu um favor à minha. O pessoal deles está todo
ocupado lá no hotel. Querem que um dos meus agentes vigie a ponte,
precisamente no sítio do armazém. Já sabem tudo.
— Não, não sabem — retorquiu Dremmler. — Só sabem que a carrinha está
algures ali. Se soubessem exatamente onde, já a tinham. A única coisa que
podem fazer é vigiar aquela passagem.
— E de quanto tempo precisas até estares pronto?
— Não sei. Imagino que meia hora pudesse dar jeito.
— Não posso atrasar a coisa meia hora. Isso é uma vida inteira. O Griezman
é capaz de ir ver o que se passa. Já não tratei daquela coisa a sul de Hanôver.
— Então quanto tempo me podes dar?
— Nenhum — respondeu Muller. — Supostamente, devia tratar já daquilo.
— Nesse caso, tens algum agente que seja de confiança? — perguntou
Dremmler.
— De confiança em que sentido?
— Um de nós, claro. Alguém que possa ser persuadido a revelar-se criterioso
naquilo que participa. Para o bem da causa.
— Acho que isso é possível, sim. — afirmou Muller.
— Diz-lhe que o faço chefe-adjunto — ripostou Dremmler.