Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

uma cajadada, logo aí. Continuamos na nossa maré de sorte.
— Chama a isto sorte?
— No fundo, isso depende do que acontecer a seguir.
— Aquilo é uma área muito grande. Há vinte possibilidades de lá entrar.
— Vinte possibilidades de lá sair — corrigiu Reacher. — E apenas uma de lá
entrar. Porque é uma área muito grande. Ele deve tê-la inspecionado de carro. De
certeza que ganhou uma autorização de quatro dias de cada vez que se
voluntariou para o armazém, o que lhe teria dado tempo mais do que suficiente
para fazer o reconhecimento, mas, mesmo assim, estava a vir da zona de
Frankfurt. Iria precisar de um carro. Alugado ou emprestado. Ou roubado,
suponho. Portanto, pense nisso do ponto de vista dele. Um dia, o tipo vai
precisar de esconder a carrinha. Entra pela ponte de metal. E o que se põe a
procurar?
— Não sei.
— Não será da primeira coisa que vê. Estamos a falar de um assunto muito
importante. Por essa altura, o tipo já está superconcentrado, mas também a ouvir
o subconsciente. Quer secretismo e isolamento. Quer um cantinho escuro e
furtivo. Acima de tudo, não quer dar nas vistas. Não quer estar mais perto nem
mais longe, nem no maior ou no mais pequeno.
— Quer estar no meio.
— E agora já não estamos a falar de uma área tão grande. Acabámos de a
reduzir.
Neagley acrescentou:
— E iria querer uma construção sólida. E que tivesse um número de telefone
ativo por onde a pudesse arrendar. Não se iria armar em ocupa. Muito pouco
seguro para um assunto tão importante. Poderia acontecer tudo e mais alguma
coisa. Iria querer tratar disso cara a cara. Com um maço grande de dinheiro. E
iria deixar que lhe sacassem um bocadinho mais do que o necessário. Como se
fosse um pacóvio. Porque assim passaria a ser a galinha dos ovos de ouro. E
assim deixá-lo-iam em paz, na esperança de lhe conseguir extorquir mais alguma
coisa quando o arrendamento chegasse ao fim. Portanto, estamos à procura de

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