Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

— Acho que foi isso que o Wiley fez.
Griezman avançou com dificuldade por um espaço de cargas e descargas e
atravessou outra vez o cais. Tecnicamente, a parte do meio teria mais de mil
metros de comprimento. À volta de um quilómetro. E mais ou menos o mesmo
de profundidade. Como a zona comercial de uma cidade com um tamanho
razoável.
Wiley encontrava-se algures ali.
— Por onde prefere começar? — perguntou Griezman.
— Pense nisso do ponto de vista dele. O tipo tem de esconder uma carrinha.
O que é que ele vê? Para onde vai?
Griezman abrandou e virou por entre dois armazéns, numa rua estreita que
abria depois para um pátio, ladeado à esquerda e à direita por armazéns com
portas de madeira igualmente estreitas.
— Aqui, não — vaticinou Reacher. — Por alguma razão, ele alugou uma
segunda carrinha. O que nos diz que tinha um sítio qualquer para a guardar. Por
acidente ou de propósito, arrendou um sítio com espaço para duas. Portanto, não
se trata de uma porta sólida, com um número para ligar a pedir informações
preso com um pionés. São duas portas sólidas, com um número para ligar a pedir
informações preso com um pionés a uma delas.
Coisa que havia em grande quantidade. Alguns avisos já eram antigos e
estavam meio esbatidos. Não inspiravam confiança. Outros eram novos e
continuavam perfeitamente nítidos. Mas tirando regressar ao gabinete e
experimentá-los a todos, não havia maneira de saber quais desses números se
encontravam ou não ativos. Reacher olhou em redor enquanto prosseguiam,
visualizando o mapa que tinha visto, na mesa do gabinete de Griezman, na folha
frágil proveniente dos arquivos, carregado de tinta e atafulhado de pormenores.
— O Wiley cresceu no Texas. Como se sentirá ele a guiar na Europa? —
perguntou.
— Não muito bem — respondeu Sinclair. — É tudo estreito e estranho e as
curvas são muito apertadas.
— Devíamos acrescentar essa sensação à nossa lista. Ele tinha de estar a

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