observador imparcial.
E Hooper foi lá ver. Espreitou pelo canto, com um olho, muito
cautelosamente, e, a seguir, entrou na reentrância escondida. Reacher ocupou o
lugar dele no canto, espreitou com um olho e viu-o junto à porta da mala. O tipo
era demasiado pequeno. À altura da zona de carga somava-se cerca de um metro
até ao cimo das mochilas, o que significava que ele só estava a olhar para a fila
da frente.
Foi então que Reacher viu um homem no canto do escritório. À direita. Bem
lá ao fundo. Numa perfeita diagonal em relação ao ponto onde Reacher se
encontrava. O que implicava que o tipo não conseguia ver Hooper. Ainda não.
Não era o ângulo certo. Tinha o canto da carrinha à frente.
O homem do escritório mexeu-se. Estava à procura de qualquer coisa.
Passava de secretária em secretária, a abrir gavetas, remexendo com o dedo
grosso e avançando. Era grande. Parecia competente.
Hooper deu um passo atrás e pôs-se em bicos de pés.
O outro avançou, o equivalente a uma secretária.
E agora o ângulo já era o certo.
Havia muito barulho. Coisas a uivar, a chiar e a chocalhar. A zoar e a apitar.
— Hooper, entre na carrinha! — gritou Reacher.
Esperou que suficientemente alto para ser ouvido por um e não pelo outro.
Hooper ficou paralisado por um milésimo de segundo e, a seguir, saltou lá para
dentro com as palmas das mãos abertas, trepando apressadamente pelas mochilas
e desaparecendo nas sombras.
O homem do escritório olhou pela janela.
E avançou mais um passo.
Observou a carrinha. E observou o espaço por trás da carrinha.
Fê-lo durante uns instantes.
E depois deu meia-volta e afastou-se, voltando para o canto lá mais ao fundo
e passando por uma porta, em direção à parte escondida do escritório.
Reacher esperou.
O homem não regressou. Não o fez passado um minuto. Nem passados dois.
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1