Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

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Na direção contrária, o grupo já tinha aumentado para cerca de vinte pessoas,
que se encontravam a quarenta metros de distância. Continuava a ser uma coisa
diminuta, no meio daquela vastidão industrial. Nada de ameaçador. Mas Reacher
achou que o oposto já seria verdade. Os tipos estavam a fazer frente, solidários,
ao que consideravam ser uma ameaça aos chefes que se encontravam no
escritório. Estavam a preparar-se para cerrar fileiras face aos intrusos. Eram
funcionários leais. Ou mais do que isso. Talvez alguns fossem mesmo membros
de pouca monta da causa. Talvez fosse assim que um tipo chegava a capataz na
Schuhe Dremmler.
— Que tal é o seu alemão? — perguntou Reacher a Hooper.
— Bastante bom — respondeu Hooper. — É por isso que cá trabalho.
— Vá dizer-lhes para terem calminha e voltar ao trabalho.
— E quer que eu diga isso de alguma forma específica?
— Diga-lhes que somos da polícia militar americana, que estamos aqui em
representação da polícia militar brasileira, a efetuar uma vistoria de rotina
relacionada com sapatos, e que, se formos obrigados a relatar uma receção
hostil, o escrutínio será bem mais pesado.
— E eles vão acreditar em mim?
— Depende se for ou não capaz de ser convincente.
Ficaram a vê-lo, a quarenta metros de distância, cara a cara com o tipo que se
encontrava na ponta da flecha. Ia utilizando frases compridas e falando de forma
serena. O grupo não estava a ir na conversa.

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