Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

qualquer concebida para ser utilizada no terreno, obviamente, no calor da
batalha, por um típico soldado de infantaria. Porque deve ser o standard a que
estão a apontar. Qualquer coisa simples, tosca e fiável. Qualquer coisa com um
grande interruptor vermelho. E uma grande seta amarela a apontar para a frente.
Porque não têm formação especializada nem um regimento de engenheiros.
— Há uma data de coisas.
— Concordo. Mísseis terra-ar portáteis carregados ao ombro seriam úteis.
Seriam capazes de derrubar aviões civis de passageiros. A sobrevoar cidades. Só
que eles já têm milhares. Demos milhares aos rebeldes e os soviéticos deixaram
ficar outros tantos milhares quando saíram de lá. E agora a nova Rússia anda a
dedicar-se a vender os milhares que ainda trouxe. E se isso não chegar, podem
sempre arranjar umas imitações baratas chinesas. Ou norte-coreanas. Seria
fisicamente impossível gastar cem milhões de dólares em mísseis que se
carregam ao ombro. São demasiado comuns. Demasiado baratos. É o bê-á-bá da
economia. Seria o mesmo que gastar cem milhões de dólares em lixo.
— Então é o quê?
— Não há nada. Não temos teoria nenhuma.
Dez da noite em McLean, na Virgínia.


O que correspondia às sete e meia da manhã seguinte em Jalalabad, no
Afeganistão. O mensageiro encontrava-se uma vez mais na antecâmara. O sol do
início da manhã entrava por uma janela alta, incidindo sobre partículas de pó e
despertando moscas recém-nascidas. Na cozinha, estavam a preparar chá.
O mensageiro acabou por ser conduzido à mesma sala pequena e quente. Que
também possuía uma janela alta, por onde entrava igualmente um feixe de sol
matinal, pó a dançar e moscas a acordar. Os mesmos dois homens estavam
sentados sob o raio de sol, nas mesmas duas almofadas. Ambos barbudos, um,
pequeno e gordo, e o outro, alto e magro, os dois com as mesmas túnicas brancas
lisas e os mesmos turbantes brancos lisos.
O homem alto afirmou:

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