passaporte vai utilizar. Paquistanês, possivelmente. Ou britânico. Ou francês. Há
demasiadas variáveis. Olhámos dois dias para trás em relação ao primeiro
encontro e, só a passar pelo aeroporto de Hamburgo, já havia quinhentos
candidatos plausíveis. Não conseguimos distinguir ninguém no papel. Não
iríamos saber quem vigiar.
— Bebam mais café — atirou Reacher. — Isso costuma resolver o assunto.
Em Hamburgo, era hora de almoço, e o chefe dos detetives Griezman estava
a poucos minutos de um belo repasto num restaurante numa cave relativamente
perto do departamento. Mas primeiro ainda tinha trabalho para terminar. Uma
das funções que desempenhava como chefe consistia em transmitir informações
a quem delas necessitava. Como um editor ou curador. Alguém tinha de assumir
a responsabilidade. E era o couro desse alguém rechonchudo que seria despedido
caso a bota não desse com a perdigota. Era por isso que ele recebia aquele
carcanhol todo, como diziam na televisão.
Naturalmente, tendia a ser cauteloso. Mais valia prevenir do que remediar.
Era praticamente tudo enviado algures. Todos os dias, antes do almoço.
Analisava duplicados e fotocópias e fazia pilhas identificadas, para cada
determinada agência. A secretária mandava entregar tudo de bicicleta, enquanto
ele almoçava.
Quase no início da pilha, estava mais um relatório relacionado com o
inquérito à morte da prostituta. Entre os nomes recolhidos durante a investigação
porta a porta na rua dela, encontravam-se os de um major do exército dos
Estados Unidos e de uma militar sem patente de oficial, que tinham alegado estar
de visita à cidade em turismo. O agente responsável pela informação fizera uma
verificação posterior nos registos do controlo fronteiriço no aeroporto. E
descobrira que os dois americanos tinham chegado de facto naquela manhã,
conforme alegaram. Por conseguinte, podiam ser eliminados como suspeitos,
mas o agente quis realçar que não tinham aspeto de turistas.
Mais valia prevenir do que remediar. Griezman atirou o relatório para o