escândalo por estar a levar dinheiro para a Suíça. Se é que é um escândalo. Que
pode não ser. Se o dinheiro for todo seu e for tudo legal, não. Conforme o senhor
afirmou.
— Estou a escondê-lo da minha mulher. Vou divorciar-me dela.
— Ela enganou-o?
— Não.
— Mas, mesmo assim, vai tirar-lhe o dinheiro.
— Ganhei-o.
— Ganhou o quê? O senhor é um O-5. Eu sei o que recebe. E, com todo o
respeito, duvido que as suas poupanças não deixem dormir os banqueiros suíços
à noite. E não venha com a história do grão a grão. Não faz sentido estar a levar
todas as semanas dois dólares para Zurique. O bilhete de avião começaria a pesar
na equação.
— E pesa, de facto. Tal como as comissões. Mas já fiz as contas.
— Que dinheiro é esse?
— A nossa casa. Aqui na América. Hipotecas, sobretudo. Quero ficar com o
capital. Transfiro-o tão depressa quanto possível. Tiro-o da Alemanha em
dinheiro. Por essa altura, já deixou de existir no papel. E guardo-o num cofre-
forte.
— O meu coronel é um príncipe entre os homens. Disso não há dúvidas,
caraças. Mas o que eu preciso realmente de saber é quem mais o senhor viu. Em
Zurique. Talvez de um lado para o outro, como o senhor. Ou novos tipos, só uma
vez. Já conheceu mais alguém?
— Como assim?
— Outros americanos.
— É uma situação pessoal. Não vemos necessariamente outras pessoas.
— Então e no aeroporto? Ou na rua?
Bartley não respondeu.
E Reacher disse:
— Preciso de uma lista, meu coronel. Datas e descrições. Militares e civis. A
melhor que lhe seja possível.
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1