Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

inglês. Vamos ter de confiar na polícia. Seja como for, o Departamento de Estado
insistiria nisso. Caso contrário, a coisa ainda se transformava num incidente
diplomático.
Reacher assentiu. Já tinha lidado com polícias alemães. Militares e civis.
Nem sempre era fácil. Sobretudo, devido a perceções diferentes. Os alemães
achavam que lhes tinha sido dado um país e os americanos achavam que tinham
comprado uma grande base militar com criados.
Ouviu-se o barulho de um veículo no caminho de acesso. A entrar de
rompante, passando pelo letreiro à altura do joelho. E depois outro. Dois
veículos. Duas carrinhas, sem dúvida. De cor preta. Passado um minuto, dois
homens de fato atravessaram a porta, seguidos por Ratcliffe e Sinclair, com mais
dois homens de fato logo atrás. Ratcliffe estava sem fôlego. E Sinclair, um pouco
corada. No pescoço e bem no meio das bochechas. Trazia outro vestido preto,
com o mesmo bom aspeto de sempre. Se calhar, ainda melhor. Se calhar, o rubor
ajudava.
— Ouvi dizer que temos uma testemunha — afirmou Ratcliffe.
— É a nossa atual suposição operacional — retorquiu Reacher.
— Vamos arriscar. Você e a sargento Neagley vão regressar à Alemanha hoje
à noite. O Departamento de Estado vai dar-lhes fotografias dos passaportes de
todos os duzentos programadores. Incluindo os expatriados. E, logo de
manhãzinha, entrevistarão a testemunha. Neste preciso momento, estamos a
apertar com o departamento policial de Hamburgo. A seguir, mal a testemunha
se decida por uma fotografia, ligam para aqui com o nome e vamos a casa do
tipo prendê-lo. O que será uma conclusão simples e oportuna.
Reacher ficou calado.


Apanharam o mesmo voo da Lufthansa. Partida ao fim da tarde, seis fusos
horários, chegada prevista para o início do dia de trabalho. Neagley trazia a
mala. E, dessa vez, Reacher também não ia de mãos a abanar. Trazia um saco de
lona vermelho do Museu do Ar e Espaço. Presumivelmente, a marmita de algum

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