Poesia por Marta Cortezão
Acompanhe o poema abaixo, na
íntegra:
APENAS(p. 117 )
Tesuplicohojeesempre
teimploroapenas
faz-me amar a vida antes que eu
morradeverdade
poisacertezadamorte–aindahoje–
éinquestionável
sofrernavida–queétãocurta–vale
apena?
otempopassaapassoslargos...
nemmeliga...
porissovem –vemlogo! -deixa-me
plena!
antes que a morte me possua e eu
virepó....
pódeestrela
pódebarro
mangueoumar...
poucoimporta!
sóseiqueépó
póapenas
apenaspó...
...enadamais!
Enquantolia,ecoavamemmim
as palavras de Hilda Hilst: “uma
vontadedequeaspessoasconheçam
queháumroteirotortuosodentrode
cadaumdenós eque vocêfaz tudo
pra exprimir, pra se irmanar e às
vezesnãoconsegue.”(p. 10 ).Qualéo
mapa de meu tortuoso roteiro? Por
quenãoconsigounirestesfiosquese
foramemaranhandopelaventaniada
vida?Eme deparocomosversosde
MargaridaMontejano:
ALINHAVANDOAVIDA(p. 253 )
Noontem,nocorrerdashorasodiae
anoiteseforam.
Aprendizagensdeixaram.
Ohojeclamaporviverenodecorrer
dos minutos e das experiências me
ensina
queviverétudoeamorteénada.
Meu coração, com medo, inflado e
desassossegado pelo amanhã que
virá,entãopede:
− Deus! Quero a sorte de uma
existênciasábia
que entendea vida comoo grãode
areiaentende
aimensidãodomar!
(Continua...)