Porquinho e o galo Severino | 25
Porquinho e o galo Severino
Nosso amigo a quem chamávamos carinhosamente de Porquinho
era baixinho, gordinho, falava muito e xingava a vontade, como
todo bom descendente de italiano. Se não estivesse gritando e xin-
gando, estava distribuindo uma farta gargalhada. Era daqueles que
preenchiam o espaço à sua volta, principalmente, o coração dos
muitos amigos. Homem irrequieto, amava as corridas de kart e to-
das as coisas belas da natureza, principalmente as do sexo feminino.
Cansado do serviço repetitivo por detrás do balcão de sua loja
de parafusos, resolveu adquirir um pequeno sítio para criar gali-
nhas e se distrair no final do expediente e finais de semana. A
criação de galinhas cresceu rapidamente chegando a 180 galinhas
e nenhum galo.
Certo dia, disseram ao Porquinho que ovo bom tem que ser ovo
galado. Ele foi até o sítio vizinho e pediu ao “seu” Mané um galo
“dos bons”, pois não queria colocar mais que um para não dar
briga. Seu Mané entrou pelo galinheiro com uma caneca de milho
debulhado e foi um estardalhaço de asas batendo e bicos dispu-
tando cada um dos grãos.
Com um bote certeiro seu Mané pegou de qualquer jeito um
Galo Índio.
- É o melhor que tenho! É belo, forte e com certeza não vai de-
cepcionar!
O Porquinho “peou” o galo amarrando suas pernas com uma tira
de pano que a patroa do seu Mané lhe arranjou e foi pela trilha de