® Piauí ed. 185 [Riva] (2022-02)

(EriveltonMoraes) #1

As mortes de Thomas Lovejoy e Edward Wilson, com um dia de diferença,


reduziram muito e abruptamente a diversidade de inteligência sobre o planeta.
Lovejoy morreu no dia 25 de dezembro passado, vítima de um tumor no pâncreas, na
Virgínia. No dia seguinte, Wilson morreu em Massachusetts de causa não divulgada.
Lovejoy nasceu em Nova York e morreu aos 80 anos. Wilson, nascido no Alabama,
estava com 92 anos. Ambos tiveram filhos. Ambos dedicaram suas carreiras ao estudo
da vida na Terra. Ambos deixaram um legado especialmente relevante para um
planeta em destruição: a ideia de que quanto mais variedade houver, quanto mais
diversidade, mais biodiversidade, tanto melhor.


Ao escrever o prefácio de um livro de dois colegas em 1980, Lovejoy introduziu um
conceito novo – era a “diversidade biológica”. O termo acabou se popularizando
depois que foi encurtado para “biodiversidade” e passou a ser disseminado por
autores como Wilson, que, em 1992, doze anos depois da introdução do novo conceito,
escreveu o livro Diversidade da Vida. A diversidade, no caso, deve ser entendida em
vários níveis: não só no número de espécies, mas também na variedade de genes em
indivíduos de uma mesma espécie ou de funções ecológicas dentro de um ecossistema.


Hoje, parece um conceito óbvio, mas antes não era assim. Em 1960, Wilson fez estudos
de campo em ilhas ao lado de seu colega Robert MacArthur (1930-72). Os dois
constataram que, quanto menor fosse a área de uma determinada ilha, menor seria o
número de espécies que ela poderia abrigar e maior o risco de extinção das formas de

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