® Piauí ed. 185 [Riva] (2022-02)

(EriveltonMoraes) #1

entanto, foi mais ou menos isso que aconteceu em Bruxelas, no início da tarde de 4 de
dezembro passado. “Rihanna! Rihanna! Rihanna!”, gritaram milhares de pessoas na
Grand-Place, no centro histórico da capital da Bélgica, assim que a cantora na calçada
entoou a última frase da canção Stay, um dos maiores sucessos da diva da música pop.


Havia um mar de gente com celulares na mão assistindo ao show inesperado. Quando
acabou, várias pessoas correram em direção à cantora para fazer selfies ao lado
dela. Thank you, thank you, dizia a moça aos tietes, num inglês claudicante. Enquanto
desligava o microfone portátil que um artista de rua lhe emprestara para a dublagem,
um fã pediu seu autógrafo. Foi a hora da verdade. A Rihanna que se apresentava na
praça em Bruxelas assinou no pedaço de papel: “Priscila Beatrice, Rihanna
Impersonator.”


Priscila Beatriz da Silva Vieira, 29 anos, 1,78 metro, é mineira de Vespasiano e mora em
Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Rihanna, 33 anos, 1,73 metro, é
natural de Barbados, onde foi declarada recentemente “heroína nacional”, e vive em
Beverly Hills, na Califórnia. As duas são espantosamente parecidas. Em comum, têm a
cor da pele, os olhos verdes, as maçãs do rosto proeminentes, o nariz, a boca... Parece
que foram esculpidas pelo mesmo artista. Soma-se a isso o empenho de Vieira em
imitar os penteados, as maquiagens e os trejeitos de Rihanna. Elas compartilham
inclusive o signo: ambas são de Peixes. “Até nisso Deus acertou!”, comemora a mineira.


As comparações entre Priscila Vieira e Rihanna começaram a surgir em


Contagem em 2007, quando o hit Umbrella estourou no Brasil. Os mais próximos
olhavam as fotos da cantora e exclamavam: “Mas é a Priscila!” Então com 15 anos,
Vieira não deu muita bola. Estava mais interessada em outra estrela, Britney Spears.
“Só tinha espaço pra ela na minha vida. Tive que aprender a gostar da Riri”, conta.


Aprendeu direitinho. Em 2014, Vieira foi convidada pela primeira vez para fazer um
show como sósia de Rihanna em um clube de Contagem. Ela subiu ao palco com três
dançarinas e um pen drive carregado de músicas para dublar. “Naquele dia tive
certeza de que nasci para isso.”


Mas não ganhava a vida fazendo aquilo. Até março de 2020, ela trabalhava como
vendedora de planos funerários. As jornadas diárias, batendo de porta em porta,

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