® Piauí ed. 185 [Riva] (2022-02)

(EriveltonMoraes) #1

democracia no país, pois tanto os tucanos como os petistas foram os responsáveis pelos
melhores momentos de nossa democracia após a ditadura militar.


Lula só tem a ganhar com tal convite, pois revelou seu lado negociador, que prevalece
sobre seus pronunciamentos mais radicais, que só agradam à militância. Alckmin é
quem eventualmente pode perder ao desistir de uma candidatura ao governo de São
Paulo.


DIRCEU LUIZ NATAL_RIO DE JANEIRO/RJ


VARIEGADOS


No artigo de estreia na revista, Meg Weeks acompanhou o périplo de Mariana para
poder abortar (Em nome da mãe, piauí_184, janeiro). Porém, a autora não citou outras
situações análogas relativas aos direitos reprodutivos, tal como a extensa reportagem
anterior de Angélica Santa Cruz (“A gente acolhe”, piauí_174, março de 2021), que foi
comentada em carta na edição seguinte. A referenciação creio ser importante para
situar a questão, no âmbito da revista em primeiro lugar, e também no
acompanhamento dos retrocessos legais quanto à descriminalização do aborto que
teimam em acontecer em nosso país. No mais, no trabalho de Meg Weeks chama a
atenção que há redes de viabilização do aborto fora do Brasil, com estrutura adequada,
confiável e de acompanhamento pós-intervenção. Parece não ser tão complicado para
ser adotado como modelo, vencida a polêmica, muito mais moralista e
pseudorreligiosa do que legal ou biológica. E foi útil saber que o uso de milhas aéreas
pode ter um fim muito mais nobre do que bancar ininterruptas e irritantes
propagandas na tevê de conhecida empresa/site que vende passagens e pacotes
turísticos por meio desse artifício.


Já na piauí_183, dezembro de 2021, o diálogo entre Fernando de Barros e Silva
(Cinquenta tons de direita) e a Esquina de João Batista Jr. (O puxador de votos) foi
providencial, para ilustrar que nunca houve uma terceira via, mas tão somente uma
direita com maquiagens distintas, pragmática, mais ou menos bolsonarista a depender
do calor – e do valor – do momento. Faltou uma menção à expressão original do livro
de E. L. James, adaptada por Guilherme Boulos no primeiro debate presidencial de
2018, quando se referiu aos outros candidatos como sendo os “cinquenta tons de
Temer” (Lula estava preso e Haddad ainda não o havia substituído). Sabemos que por
mais um ano haverá algumas construções e muitas destruições político-
governamentais, e as amostras de tais articulações no Legislativo (Arthur, o miúdo, de
Angélica Santa Cruz) e Executivo (Na encruzilhada, de Consuelo Dieguez) estão dadas e

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